O Xintoísmo é a religião indígena tradicional do Japão. Há quem diga que é mais um estilo de vida do que uma religião, por seu intrínseco vínculo com a topografia da região, sua história e suas tradições. Suas origens remontam o período pre histórico japonês, em que prevaleciam crenças animistas de respeito a natureza e aos fenômenos naturais.
Como era o único sistema de crenças de uma nação isolada, o Xintoísmo nunca precisou se definir, até a chegada de uma religião rival, o Budismo, no século VI d.C. As crenças tradicionais japonesas careciam de doutrinas intelectuais, abrindo espaço para o Budismo e o Confucionismo na teologia e na filosofia do Japão.
Em resposta a isso, a corte imperial nipônica consolidou as crenças nacionais com um nome - Xintoísmo - no século VIII, a pedido da imperatriz Gemmei, os grandes textos Xintoístas , como Kojiki .
Esses livros registravam as tradições da história e da mitologia do Japão., junto com a linhagem de imperadores japoneses, considerados descendentes dos deuses. Além disso , definiam um conjunto de rituais, fundamental para o Xintoísmo desde então - talvez mais até do que a crença. O Xintoísmo ainda permeia todos os aspectos da vida no Japão, e seus rituais, nos quais a purificação desempenha papel central, são realizados tanto em contextos espirituais quanto seculares - por exemplo, para trazer sorte e sucesso para eventos esportivos, uma nova linha de produção automotiva, ou projetos de construção.
Durante os rituais carregados de tradição, seres sagrados , os Kamis, são cultuados. A palavra xintó,
literalmente , significa " caminho dos seres divinos", e o Xintoísmo é conhecido no Japão atualmente como Kami no michi, o caminho do Kami.
A palavra Kami significa " aquilo que está oculto", e pode ser traduzida como deus, espírito ou alma.
a crença Xintoísta, entretanto , o termo designa não somente uma grande variedade de deuses e seres espirituais, como também a "energia espiriutal" ou " essência" presente em tudo.
Como entidades, os Kamis podem ser deuses, as almas, ou espíritos de ancestrais da família, e outros seres fora do comum.
O templo Xintoísta mais venerado é o de Amaterasu, a deusa do sol, em Ise, na ilha japonesa de Honshu. O santuário simples de madeira foi reformado a cada vinte anos nos últimos 1.300 anos.
Acredita-se que a ação de renovação agrada os Kamis.
Os imperadores do Japão eram originalmente vistos como descendentes diretos de Amaterasu, eessa doutrina se tornou oficial.
O prestígio Xintoísta no Japão se transformou, contudo, depois que o país perdeu a guerra e foi forçado a fazer concessões para os aliados. Considerado pelas forças de ocupação americanas como militarista e nacionalista demais, o xintoísmo foi separado do estado em 1946. No mesmo ano o imperador Hirohito renunciou as suas prerrogativas divinas.
Ao sacerdotes xintoístas podem ser homens ou mulheres. seus assistentes de vestes brancas, ou miko, geralmente são as filhas dos sacerdotes. Costumes tradicionais evidenciam o vinculo com o passado imperial do Japão.
Embora o imperador não seja mais visto como um ser divino, as cerimonias imperiais continuam sendo consideradas importantes.
A forte ênfase do xintoísmo na ordem e na harmonia, sua preocupação com as normas sociais, os rituais e a tradição, e o respeito pelos imperadores significa que o xintoísmo conseguiu cumprir sua função como base da conservadora sociedade Japonesa.
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